domingo, 13 de junho de 2010

Identidade roubada.

Partindo das frases apontadas como super objetivo , escolhemos espaços simbólicos individuais nas instalações do Macunaíma e o tema foi “confinamento”. Criamos fragmentos com seqüências de gestos e textos expressivos.

“O claro e o escuro não mais falam quem tu és.
Não tens mais tato, não tens mais cheiro.
Perdeste completamente em ti mesmo.
Já não tens atrito sobre os dedos. As palmas não te contam mais nada, não sabe por onde elas passaram e por onde passarão tão pouco saberás
Como entende-las? Como senti-las?
Fazendo-me delas e elas de mim mesma
Restaria vestígios do que carrego comigo? O que carrego comigo pertence a mim? Falam sobre? Sou eu?
Este ser refletido em barro, Podridão?!
Talvez eu não seja, talvez eu tenha de ser.
É isso? É isso?
É isso...” -
Síntese poética de Juliana Molla.


“A certeza dos últimos passos. Certeza seca.
E o tempo, tão frio, tornava a escorrer em tons de cinza. Bem como a vida que acreditava ter em mãos.
Pouco a pouco, tudo que era música se convertia em grito, e grito contido. Tudo que era movimento, não mais podia ser.
Reconhecer-se só é apanhar para si mesmo, a mais dolorida verdade. A respiração ofegante, ainda era respiração. Deveria tê-la como privilégio? Rir por poder respirar e lutar até o fim, para que o ar invada seus pulmões e então possa…
Possa o que?
Ser.
Humano. De pele, de contradição, de dor, de ossos, de vento, sorriso, nostalgia, de carne, de amores, de lembranças. O todo que o faz igual, o diferencia. Tal todo, que contém a essência, a gota d’água mais profunda, contém ainda a superfície. E vista bem de cima, com extrema atenção, ela se mostra. Nunca uniforme, nunca concreta, buscando apenas ser.
Humano.” –
Síntese poética de Deborah Nosek.


“Roubaram minha identidade. Só escuto o que eles querem, só vejo o que eles querem. Minha voz foi roubada.” – Síntese poética de Fernando Moraes.

"A solidão é quem me acaricia.”
Protocolo subjetivo de
Giovanna Monteiro.

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